quarta-feira, 19 de novembro de 2008

O cotidiano desacelerado da vida interiorana


Essa semana estou em Vida Ramos, uma cidadezinha simpática do interior de Santa Catarina (http://www.vidalramos.sc.gov.br/). Pela primeira vez passo tanto tempo em uma cidade onde a cadência cotidiana anda mais devagar que carroça.
-Cri-cri-cri! Não é a primeira vez! Grita no meu ouvido meu grilo falante, minha consciência.
Tá certo, não é a primeira vez. Espero que nem última. Mas das outras vezes eram cidades pequenas mas não tão interioranas, descaracterizadas pela movimentação dos veranistas em busca de sol, mar e sombra.
Aqui não tem mar. Estamos no meio da serra, num berço natural cercado de montanhas - um charme, eu diria. Também não tem kiosque com pagodão a mil por hora, não tem engarrafamento - passa um carro na avenida principal a cada 15, 30 segundos. Não tem barulho na rua depois das 20 horas e comércio fecha ao meio-dia, momento em que os comerciários atravessam a rua pra ir almoçar em casa, com a família, à duas quadras de onde trabalham. Ônibus? Só duas vezes por dia, pra ir pra cidade mais próxima. Aqui só tem duas agências bancárias - uma do Banco do Estado e outra do Banco do Brasil. O meio de transporte mais eficiente é a Tobata (vide foto ao lado). No restaurante, único da cidade com comida a kilo, todos se conhecem pelo nome. No segundo dia a dona já me tratava por esposa do Fulano (sim, eu vim acompanhar meu marido a trabalho, que no terceiro dia também já era conhecido na cidade inteira). Ah! E por falar em restaurante, aqui a gema do ovo é mais amarela, quase laranja (galinha ciscadeira, que cata minhoca e não come ração 'bombada' com hormônio) e o frango refogado se nota que a carne não desmancha fácil, afinal, a galinha era tratada na rua e não confinada e anabolizada (45 dias apenas pro pinto ir pro abate!). Caramba! A gente se envenena na cidade grande!

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